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Introdução: os transtornos mentais como a depressão apresentam-se como condições psicopatológicas que comprometem o desenvolvimento da gestação tanto para a mãe quanto para o feto, revestindo-se de grande importância pelas graves consequências materno-fetais, agravadas pelo uso de álcool, tabaco e outras drogas, que também podem comprometer o bem estar psíquico durante a gravidez. Objetivo: avaliar a depressão em gestantes e sua associação com o uso de álcool, tabaco e outras drogas. Métodos: estudo epidemiológico, descritivo-analítico, de corte transversal e abordagem quantitativa realizado com 209 gestantes em acompanhamento pré-natal em cinco Unidades de Atenção Primária à Saúde, no SUS, de um município do Sul de MG, o que correspondeu a uma prevalência de 50%, 95% de confiança e margem de erro de 5%. A coleta de dados ocorreu de 16 de janeiro a 7 de março de 2013 e utilizou a Subescala Hospitalar de Depressão que integra a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão e um instrumento de caracterização contendo variáveis socioeconômicas, demográficas e hábitos de vida. Para as análises estatísticas dos dados foi utilizado o software SPSS e foram realizados os testes Qui-quadrado, Exato de Fisher, Shapiro-Wilk e Mann-Whitney e também calculado o rank médio e o odds ratio. O estudo foi aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alfenas sob parecer 113.129. Resultados: verificou-se que 14,8% das gestantes apresentaram depressão na gravidez e que a maioria não possuía o hábito de fumar (85,5%), mas as fumantes consumiam no mínimo dois e no máximo 20 cigarros por dia, com média 10,67 cigarros diários (dp 7,33) e 62,5% delas consumiam até 10 cigarros por dia; não faziam uso de drogas (97,6%) e não consumiam bebida alcoólica (92,8%), porém entre as 7,2% usuárias de álcool na gestação, 66,7% o consumiam uma vez por mês ou menos. Evidenciou-se que a depressão na gravidez esteve associada com a quantidade de cigarros consumidos por dia e com o consumo de bebida alcoólica. Conclusão: embora o tabagismo e o uso de álcool sejam considerados comportamentos não esperados entre grávidas, os mesmos são realidades para algumas gestantes e considerando o impacto negativo do uso do álcool e tabaco na gestação, grande relevância deve ser dada a prevenção, tanto dos problemas relacionados ao tabagismo e uso de álcool para o feto quanto para a mulher, nestes incluídas as alterações psíquicas que podem ser desencadeadas como a depressão.