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Análise de custo-efetividade do tratamento combinado de imunoglobulina humana, plasmaférese e rituximab na rejeição mediada por anticorpo no transplante renal

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Introdução: Uma limitação ao êxito do transplante renal é a resposta imunológica do receptor ao tecido do doador, sendo comum a rejeição mediada por anticorpo. O tratamento da rejeição humoral baseia-se na remoção dos anticorpos circulantes e inibição da sua síntese. A realização de estudos farmacoeconômicos podem ajudar a prever variações econômicas na utilização de novas terapias no pós-transplante. Objetivo: Analisar o custo-efetividade da combinação de imunoglobulina humana, plasmaférese e rituximab no tratamento da rejeição mediada por anticorpo em transplantados renais. Metodologia: Para realização da análise farmacoeconômica foi construída uma coorte hipotética, utilizando o modelo de Markov, com o objetivo de simular a evolução de pacientes transplantados renais que realizaram tratamento para rejeição mediada por anticorpo. A coorte foi criada com base nas características dos pacientes transplantados renais, no ano de 2013, em hospital universitário do Ceará, sendo incluído os transplantes com doador falecido e excluídos transplante duplo e/ou transferência para outro serviço no pós-transplante imediato. O modelo comparou dois esquemas de tratamento para rejeição mediada por anticorpo: imunoglobulina humana e plasmaférese vesrus imunoglobulina humana, plasmaférese e rituximab. O horizonte temporal foi representado pela sequência de transições de saúde mutuamente excludentes com duração do seguimento de um ano. Os estágios de saúde considerados no modelo foram quatro: transplantado sadio, rejeição mediada por anticorpo perda do transplante seguida de diálise e morte do paciente. A análise de custo foi realizada utilizando a perspectiva do Sistema Único de Saúde (SUS) foram levados em consideração os custos gerados pela utilização de recursos no tratamento da rejeição mediada por anticorpo e o valor dos medicamentos de acordo com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Foi adotado como esquema de manutenção padrão: Tacrolimus, Micofenolato de Sódio e Prednisona. A efetividade foi mensurada pela função do enxerto renal utilizando dados nacionais e internacionais. Aprovação no comitê de ética com o CAAE 39798214.9.0000.5045. Resultados: Foram transplantados no ano de 2013 no HUWC 119 pacientes de acordo com os dados administrativos, sendo incluídos no modelo 97 transplantados renais com doador falecido (feminino 45,4% e masculino 54,6%). As probabilidades adotadas no estudo de um paciente da amostra ter rejeição e/ou perde o enxerto e/ou morrer no primeiro ano pós-transplante foram respectivamente: 0,162 (mín: 0,1458; máx: 0,1782); 0,054 (0,0186/0,0594); 0,010 (mín: 0,0090; máx: 0,011). Na avaliação de custo-efetividade, dentre os cenários analisados, a combinação de imunoglobulina humana, plasmaférese e rituximab obteve um custo incremental total de R$135.680,9 e efetividade de 90% dos enxertos renais com função normal um ano após tratamento para rejeição mediada por anticorpo. Conclusão: A avaliação econômica do esquema terapêutico constituído por imunoglobulina humana, plasmaférese e rituximab no tratamento de rejeição mediada por anticorpo mostrou ser custo-efetiva em um follow up com duração de um ano após o tratamento, pois houve uma maior taxa de enxerto renal com função normal em comparação a combinação, somente, de imunoglobulina humana e rituximab e menor custo quando comparada as terapias de resgate quando não houve a utilização do rituximab.