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Análise das intervenções farmacêuticas em unidade de terapia intensiva pós-operatória de hospital terciário

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Introdução: A Farmácia Clínica emergiu em 1960, exercendo um papel importante no cuidado centrado no paciente. Nos últimos anos, o papel do farmacêutico clínico na unidade de terapia intensiva foi se consolidando cada vez na equipe multiprofissional de saúde. Através de atuação do profissional por visitas multiprofissionais, sistemas informatizados, rastreamento de reações adversas e intervenções farmacêuticas, visando sempre a otimização da farmacoterapia do paciente internado. Essas intervenções têm como objetivo minimizar os riscos e erros referentes a medicamentos, buscando garantir uma melhor segurança terapêutica do paciente. Objetivos: Descrever os tipos de intervenções farmacêuticas realizadas durante um ano de atuação do farmacêutico em uma unidade de terapia intensiva pós-operatória. Métodos: Trata-se de um estudo de caráter retrospectivo, referente ao período de setembro de 2014 a agosto de 2015, no qual foi feita a coleta de dados através da consulta ao registro das intervenções farmacêuticas previamente realizadas pelo farmacêutico responsável pela unidade. Também foram coletados dados de prontuários dos pacientes, quando necessário, para tabulação dos dados. A classificação utilizada no estudo foi de resultados negativos associados a medicamentos (RNM), do Terceiro Consenso de Granada, e as intervenções foram classificadas quanto a tipo e significância de acordo com a classificação de Riba e colaboradores Os medicamentos foram classificados conforme classificação Anatomical Therapeutic Chemical (ATC). Resultados: Foram registrados 244 RNM, o qual o mais frequente foi relacionado a inefetividade quantitativa (n=81, 33,2%). A maioria (89,8%; n=219) dos RNM foi evitada durante o período de atuação do farmacêutico. Foram realizadas 274 intervenções farmacêuticas, as mais frequentes foram referente a interações medicamentosas/incompatibilidades físicas (n=68, 24,8%), e a indicação de medicamentos para a farmacoterapia (n=64, 23,4%). Dentre as intervenções, 88,7% (n=243) foram aceitas, 85,8% (n=235) foram realizadas com médicos, e 14,2% (n=39) foram realizadas com enfermeiros. Em relação à significância das intervenções, a maioria foi considerada significante (n=151, 55,1%) e muito significante (n=119, 43,4%). A classe medicamentosa que mais teve intervenções relacionadas foi antibacterianos para uso sistêmico (n=131, 47,8%). Conclusão: No nosso estudo, resultados negativos associados à farmacoterapia foram observados, com intervenções farmacêuticas significantes sendo realizadas para pacientes da terapia intensiva pós-operatória. A equipe multiprofissional, incluindo o farmacêutico no time, pode atuar positivamente na otimização da farmacoterapia, principalmente dos antimicrobianos.