66869

Biomarcadores de disfunção insulínica e medidas radiográficas indicadoras de laminite em equinos Mangalarga Marchador com obesidade induzida

Favoritar este trabalho

A laminite endocrinopática, caracterizada por hiperinsulinemia, é relatada com a forma mais comum dessa doença no hemisfério norte. No Brasil, existem relatos crescentes de sua incidência em raças nacionais, contudo comumente ela só é diagnosticada em estágio avançado. O objetivo foi correlacionar biomarcadores de resistência insulínica com medidas radiográficas indicadoras de laminite em equinos Mangalarga Marchador com obesidade induzida. Para tal, 9 equinos (escore corporal 2,9±1/9) foram submetidos a dieta hipercalórica por 5 meses (escore corporal final de 8,3±1). Os níveis matutinos de glicose e insulina plasmáticas foram mensurados antes da indução da obesidade e a cada 30 dias, sendo calculados os índices (proxies) I:G, G:I, RISQI, HOMA-IR e MIRG. Nos mesmos intervalos, medidas radiográficas de ângulo palmar, afundamento, espessura solear e ângulo de rotação foram calculadas pelo programa Metron Hoof. Os dados foram comparados pelo teste de Pearson. Correlações significantes foram encontradas entre a distância de afundamento com MIRG (r=0,41; P=0,04) e I:G (r=0,40; P=0,04) e entre ângulo palmar e I:G (r=0,40; p=0,04). Os resultados demonstram que aumentos na razão entre as concentrações sanguíneas de insulina e glicose (I:G) e no índice MIRG ocorrem de forma concomitante com o aumento da distância de áreas de conexão entre a falange distal e o estojo córneo. Tais achados são nova evidência da associação entre disfunção insulínica e laminite na raça Mangalarga Marchador e demonstram o potencial de uso da monitorização dos índices I:G e MIRG para detecção de risco de laminite, mesmo em sua fase subclínica.