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“NÃO SOU NEGRO, SOU MORENO”: CONFLITOS DE IDENTIDADE NEGRA NO CONTEXTO ESCOLAR

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Este artigo objetiva apresentar pesquisa em fase inicial com alunos adolescentes e jovens de um colégio da rede pública de Ponta Grossa, no Paraná. Pretende-se analisar quais conflitos permeiam a construção de identidade racial entre alunos negros no meio escolar, o papel da escola na construção dessa identidade e como as práticas escolares contribuem para a negação e desvelamento da identidade racial negra. Tal questão parte da observação do contexto escolar, no qual se pode perceber que alunos negros não se identificam ou gostam de ser identificados como tal. Como a formação da inferioridade ideológica pode contribuir para a negação da cor de sua pele? As concepções teóricas de Stuart Hall e Bauman sobre identidade contribuem para uma discussão referente à subjetividade presente na construção da identidade desses alunos. A Lei 10639/03, destaca a necessidade de conhecimentos mais consistentes sobre a história e a cultura dos povos africanos e afro-brasileiros e deve nos ajudar a atuar no sentido de desconstruir ideologias que sustentam mitos da inferioridade do negro e da democracia racial. A relevância dessa pesquisa que tem como foco adolescentes e jovens entre 12 e 22 anos é justificada pela escassez de trabalhos que articulam juventude e educação e que levem em conta a raça, conforme afirma Sposito (2002). Para culminar a pesquisa reunirá somente os alunos negros para produção de relatos pessoais orais a partir da discussão de um texto no gênero autobiografia. Para Nascimento (2008) com a abordagem biográfica há produção de conhecimento sobre si, sobre os outros e o cotidiano, o sujeito revela-se pela subjetividade, singularidade, experiências e saberes. Neste trabalho será priorizado o estudo bibliográfico e a revisão de literatura sobre adolescentes e jovens negros no contexto escolar e suas relações com questões de identidade racial negra.